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Resenha: Cinquenta Tons de Cinza

 

Quanto divulguei a foto do livro que tinha acabado de comprar foi aquela euforia de amigues da rede, conta Vivi, conta Vivi… Então Vivi vai contar, completamente sem pretensões de crítica literária, o que achou do mais recente blockbuster editorial.

Difícil não ficar nem um pouco curiosa pelo enredo de Cinquenta Tons de Cinza, poxa. Somos mulheres, somos adultas, somos safadas curiosas por natureza e a história promete:

Estudante de literatura conhece jovem bilionário atraente, brilhante e Dominador que só aceita relacionamentos pouco convencionais e inicia essa jovem no enigmático mundo BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo).

Cinquenta Tons de Cinza promete mesmo, pena que não entrega tudo.

Explico minha frustração. Se tivessem me vendido como uma história romanceada e juvenil, perfeito. Eu teria lido e gostado mais se fosse parte da Coleção Vagalume.

O problema é que todas, TODAS, as resenhas que tinha lido até então falavam de Cinquenta Tons como se a história tivesse pungência literária e alto teor erótico. Gente, desculpem, não tem.

Em alguns momentos me arrependi por não ter comprado o texto original, em inglês, porque muitas coisas parecem ter se perdido fácil na tradução . Perdoem, tradutores, minha exigência descomunal, mas expressões como ‘puta merda’ não têm o mesmo calibre erótico de ‘fuck’.

Puta merda não tem calibre erótico nenhum.

Tô com medo de continuar a resenha e contar o livro, mas é um risco que vocês correm, amigas, porque agora me entusiasmei.

A nossa jovem heroína se revela… virgem. Uau! Altas possibilidades disso acontecer, né.  A moça nunca praticou o esporte na vida e quando começa é logo com um bilionário jovem que curte jogos de Dominação, mas que se apaixona por ela e até aceita fazer um sexozinho baunilha (tradicional) para fazê-la feliz.

Não sei se vocês conseguem entender a magnitude do absurdo da situação, mas é que não dá para embarcar na história quando a psiquê dos personagens não combina com suas ações.  Não precisa ser expert no assunto pra saber que quem pratica sexo não-convencional não tem uma chave liga/desliga e simplesmente opta por coisas mais simples quando quer e então tudo bem.

As coisas são um pouco mais complicadas do que nossa querida autora gostaria que acreditássemos. Existem linhas de estudo do comportamento humano voltadas especialmente para isso e perversões sexuais não têm esse nome por acaso.  I can’t get no satisfaction não é apenas o nome de uma música, mas um estado de espírito que atormenta uma pequena parcela da população.

As descrições das cenas de sexo são tão ternas e juvenis que categorizei a obra como uma versão do Império dos Sentidos protagonizada pelos Ursinhos Carinhosos. E quem conhece o enredo de O Império dos Sentidos riu no Facebook quando eu disse isso, já que é completamente incoerente  essa conduta bucólica, com aroma artificial tutti-frutti,  no sujeito que  BDSM hardcore, como descrevem Cristhian Grey, nosso Cinquenta Tons do título.

Não é que o livro seja péssimo e absolutamente não preste. Apenas não passa a credibilidade que nos faria cair de paixão por uma história e embarcar nela a qualquer custo – ou absurdo.

Em alguns momentos, Cinquenta Tons apela para clichês tão gigantescos que é impossível não rir (alto). Quem já leu aqueles deliciosos romances de banca de jornal (Sabrina, Bianca) vai reconhecer todos  ali, desde a forma como ele pressionou seu corpo junto ao dela até ah, como ela o desejou naquele momento. Sim, essas frases estão lá.  Levadas a sério.

Cinquenta Tons de Cinza faz sucesso (e suas sequências também farão) porque é diferente de todos os best sellers recentes, que se voltavam para espionagem ou fantasia. Ele conquistou mulheres ao redor do mundo ao trazer de volta à cena o gênero que fez imenso sucesso nas mãos do mestre do romance safadinho, Sidney Sheldon.

Não é erótico.
Não é soft-porn.
Só é safadinho.

Mas Vivi, esse livro é destaque até na Bienal do Livro de São Paulo e você vem dizer que não é mega bom?

Paciência, meninas. Eles dão destaque pra tudo que venda e tenha potencial de arrecadar cada vez mais dinheiro…

Se você vai ler Cinquenta Tons de Cinza, que seja porque ele é um livro divertido, pra dar muita risada com suas amigas depois, não como um romance imperdível.

CINQUENTA TONS DE CINZA
Autor: JAMES, E. L.
Editora: INTRINSECA

Sinopse: Quando Anastasia Steele entrevista o jovem empresário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey admite que também a deseja – mas em seus próprios termos. Chocada e ao mesmo tempo seduzida pelas estranhas preferências de Grey, Ana hesita. Por trás da fachada de sucesso – os negócios multinacionais, a vasta fortuna, a amada família -, Grey é um homem atormentado por demônios do passado e consumido pela necessidade de controle. Quando eles embarcam num apaixonado e sensual caso de amor, Ana não só descobre mais sobre seus próprios desejos, como também sobre os segredos obscuros que Grey tenta manter escondidos.

Agora, se a curiosidade pelo gênero foi despertada e você quiser mesmo mergulhar em águas mais profundas, aqui vão algumas sugestões:

– Trópico de Capricórnio. Henry Miller.
– Medo de Voar. Erica Jong.
– Delta de Vênus. Anaïs Nin.

Não digo isso porque as “coisas de antigamente é que eram boas”. Mas é que ainda não foi dessa vez que essas obras ganharam um concorrente à altura, na minha opinião.

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Carinho Inspira Carinho

 

Carinho tem o poder de transformar o mundo e essa é uma daquelas coisas preciosas que não nos ensinam na escola.

Não lembro o ano, faz uma vida que isso aconteceu, mas o desenrolar da história continua bem nítido na memória – e vocês vão entender a razão. Eu estava assistindo uma cerimônia de abertura de Olimpíadas, na tevê, com meu pai.

As comitivas desfilando, as pessoas nas arquibancadas formando desenhos com cartolinas coloridas (que era como as coisas aconteciam na pré-história digital) e naquela sucessão de bandeiras dos países participantes e suas cores, a minha pergunta: pai, porque os outros países não fazem bandeiras bonitas como a do Brasil?

Rindo com os olhos, ele me explicou que as pessoas dos outros países provavelmente estavam se perguntando a mesma coisa, só que cada um achando a sua própria bandeira mais bonita. Disse que quando a gente nasce em um lugar tem orgulho disso, mesmo que nem sempre as coisas estejam mesmo bonitas. Que quando a gente sabe que faz parte de alguma coisa, naturalmente acha tudo que vem dali maior e melhor; ainda que isso não seja necessariamente verdade o tempo todo. Pelo menos não para os outros, já que cada um olha com um carinho diferente pro seu próprio quintal.

E foi assim, numa lição rápida e definitiva pra uma criança que assistia tv na sala, que ele resumiu, sem perceber, a incondicionalidade do amor.

Hoje, muitos anos depois, posso dizer que entendi direitinho. Pra mim o Brasil continua tendo a bandeira mais bonita. E meu pai foi, com todas suas manias, cobranças e particularidades, sem dúvida, o melhor pai do mundo.
Porque era o meu.

Esse post faz parte de uma iniciativa da Johnson & Johnson que tem como objetivo inspirar as pessoas a usarem o carinho como poder transformador do mundo.

Com o tema “carinho inspira carinho”,  é mais do que uma campanha, mas um movimento de estímulo à manifestações de carinho por quem sempre inspirou você: seu pai.

Troque a foto do seu perfil nas redes sociais por uma foto sua junto com o seu pai.

É um pequeno ato de carinho que pode fazer a maior diferença.

Participe dessa transformação você  também, faça esse carinho no Dia dos Pais!

Assista os filmes e saiba mais sobre a campanha AQUI!!!


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O Preço das Coisas

 

Me lembro de ter comentado rapidamente, mais de uma vez, que o preço das coisas – de qualquer coisa à venda – não é apenas feito pelo custo da sua produção. As coisas tem o valor que atribuimos a elas e isso pode tomar proporções gigantescas.

Vi ontem, em um link no Facebook, um episódio que ilustra muito essa distância gritante entre o custo e o valor, assim como todas as histórias que recheiam o trajeto e que na maior parte das vezes são desconhecidas pela maioria.

(…)Para cada peça feita, o dono da oficina recebia R$ 7. Os costureiros declararam que recebiam, em média, R$ 2 por peça costurada…

Agora fica difícil dizer que “não sabíamos” e esperar que isso proporcione alguma reflexão sobre o assunto, que signifique uma postura diferente diante de toda e qualquer marca no futuro, nas nossas compras e na nossa vida em geral.

(…)contratações completamente ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas exaustivas de até 16h diárias e cerceamento de liberdade…

Leia a história completa sobre a Zara e o Trabalho Escravo em SP, AQUI.

atelier paulistano

Tá caro demais? Desconfie.

Tá barato demais? Desconfie do mesmo jeito. Alguém está pagando a conta.

Foto: Fernanda Foroni

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Outras Paradas: Sites Legais!

 

Quem já me conhece sabe que apoio totalmente a ampliação dos horizontes internéticos. Coisa mais saudável da vida é olhar para o outro; para além; descobrir e se surpreender com as menores coisas é o que nos mantém (eu acredito nisso) ativos e, por consequência, a um passo mais distante das rugas. Ou de não se importar com elas, o que é ainda melhor. rs

Pra manter acesa a chama – da vida, do interesse, da curiosidade infantil – nada melhor do que sair do trivial e passear, pelo menos virtualmente, por paradas diferentes.

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E boa viagem!

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